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Publicada em 04/11/21 às 23:26h - 27 visualizações
O capital intelectual

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 (Foto: Rádio Fique na Luz)
O capital intelectual
O estoque de ativos de conhecimento

Capital intelectual é o valor do conhecimento, habilidades, treinamento de operações de uma organização ou qualquer informação proprietária, individualmente ou em um conjunto, e que, em um contexto mais amplo, possa fornecer a esta organização uma vantage
Capital intelectual é o valor do conhecimento, habilidades, treinamento de operações de uma organização ou qualquer informação proprietária, individualmente ou em um conjunto, e que, em um contexto mais amplo, possa fornecer a esta organização uma vantagem
 
Em primeiro lugar é preciso fazer uma distinção entre a gestão do conhecimento e o chamado capital intelectual. A gestão do conhecimento pode ser considerada como um sistema de processos, pessoas e tecnologia trabalhando juntos para aumentar o desempenho das organizações por meio do aprendizado. Este sistema, como argumentam alguns estudiosos do tema (Liebowitz 2012) é composto por 80% de pessoas e processos, enquanto os 20% restantes são a tecnologia habilitadora. Isso significa que esses sistemas são determinados predominantemente pela capacidade da organização de envolver as pessoas e aplicar os processos de suporte corretos para gerenciar o conhecimento. O capital intelectual por sua vez é considerado o próximo passo na gestão do conhecimento. É o valor organizacional agregado quando os ativos de conhecimento das organizações são aproveitados. O capital intelectual é considerado o estoque de “ativos de conhecimento” disponíveis e inclui o capital humano, o capital organizacional e o capital relacional.

No contexto empresarial e do empreendedorismo de uma forma mais ampla, incluindo a criação de startups, assim como no contexto da chamada economia do conhecimento, como define o Professor Ricardo Jordão, editor chefe da revista The Botton Line “o capital intelectual, por sua dinâmica mutável e abrangente, se tornou o principal mecanismo responsável pela capacidade de destacar uma empresa de seus concorrentes. A informação e o saber representam alguns dos principais ativos utilizados pelas empresas na expectativa de gerar resultados futuros, estimular o desenvolvimento e manutenção do capital humano, a melhoria de processos, fomentar o aprendizado e o crescimento. Ativos incorpóreos, materializados no capital intelectual, por sua dinâmica mutável e abrangente, se tornaram os principais mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento de diferenciais competitivos. O capital intelectual de uma empresa representa a aplicação do conhecimento tácito e explicito que se estabelece em diferencial competitivo, o qual proporciona expectativas de resultados futuros, materializados em desempenho financeiro e geração de valor empresarial.” 

Em outras palavras, capital intelectual é o valor do conhecimento, habilidades, treinamento de operações de uma organização ou qualquer informação proprietária, individualmente ou em um conjunto, e que, em um contexto mais amplo, possa fornecer a esta organização uma vantagem competitiva. No contexto do setor privado o capital intelectual é amplamente definido como a coleção de todos os recursos de informação que uma empresa tem à sua disposição e que podem ser usados para gerar lucros, ganhar novos clientes, criar novos produtos ou melhorar os negócios. É a soma da experiência dos funcionário, processos organizacionais e outros fatores intangíveis que contribuem para os resultados financeiros de uma empresa.   

Mas embora muito do interesse por este importante tema tenha focado o mundo empresarial, é evidente que essa questão é muito mais ampla. O capital intelectual auxilia na criação de riqueza e na produção de outros ativos de alto valor. O capital intelectual inclui a riqueza das ideias e a capacidade de inovação que determinam fortemente o futuro de uma forma ampla. O conhecimento é um recurso muito importante para pessoas, organizações, regiões e países. A gestão do conhecimento e do capital intelectual cria novas oportunidades e uma vantagem competitiva. A riqueza e os valores das organizações, e de nações podem aumentar ou diminuir dependendo de quão bem elas criam, capturam e alavancam seu conhecimento. Assim é possível expor o conceito de capital intelectual da perspectiva de uma nação e de suas instituições. É possível definir ativos intangíveis como o conhecimento que pode ser convertido em vantagem competitiva, e fortalecimento institucional. Nos últimos anos, a maioria dos métodos de medição concebidos para medir o capital intelectual aplicam-se ao contexto empresarial. Mas esforços maiores devem ser feitos para apresentar o conceito de capital intelectual a partir de uma perspectiva mais ampla, O capital intelectual auxilia na criação de riqueza e na produção de outros ativos de alto valor em um círculo virtuoso que inclui a riqueza das ideias e a capacidade de inovação que determinam fortemente também o futuro de uma nação.

No contexto da nova economia, de crises econômicas e da luta entre as nações por vantagens competitivas ou até mesmo sobrevivência, o capital intelectual pode ser considerada um instrumento de defesa, inclusive e talvez até principalmente, contra as possíveis ameaças da globalização. E a competitividade dos países na atração de investidores estrangeiros é também determinada por seus recursos intangíveis específicos e únicos. Evidentemente os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação são vistos como as fontes basilares de desempenho e elementos chave para a criação de riquezas e prosperidade baseadas no conhecimento e no capital intelectual. Mas a funcionalidade das instituições nacionais é, da mesma forma, não só um elemento essencial, mas absolutamente crítico. As instituições de uma nação são ao mesmo tempo a materialização do sucesso ou insucesso da acumulação do conhecimento e do capital intelectual de uma nação, assim como elemento essencial de base para uma geração virtuosa e sustentável de capital intelectual.

O capital intelectual de uma nação requer a articulação de um sistema de variáveis que ajude a descobrir e administrar sua “riqueza invisível”. O conhecimento é considerado um recurso básico para a criação de valor tanto para a economia e para os mercados como em relação às próprias instituições que compõe um estado democrático de direito.  Os países mais avançados e inovadores têm em comum vários pontos fortes das suas instituições nacionais, assim como processos e recursos facilitadores da geração de conhecimento e inovação, incluindo um ambiente jurídico institucional que reconheça o papel fundamental desempenhado pela atividade empresarial e por um setor de ensino superior que prioriza de fato a geração de conhecimento. Como bem sumariza Margareta Rusu-Tanas, “o potencial de desenvolvimento de países baseia-se principalmente em recursos intangíveis e capacidades ocultas. Parece que uma questão importante é revelar os principais fatores de sucesso, criando valor para as nações e determinando sua vantagem competitiva. O capital baseado no conhecimento resulta de investimentos em ativos como pesquisa, desenvolvimento e inovação, dados, software, patentes, novos processos organizacionais e habilidades específicas das organizações (somando-se a tudo isso a solidez e confiabilidade das instituições – grifo meu). O capital intelectual pode ser visto como um fator de sucesso que decide o desenvolvimento socioeconômico. A identificação do capital do conhecimento permite a plena utilização de todos os recursos intelectuais embutidos em uma nação”.  

Mas é possível inferir que o capital intelectual, principalmente seu componente de capital humano, sofre influências contextuais, tanto internas quanto externas às organizações e às instituições, indicando um caminho de mão dupla, onde é realimentado pelos ambientes em que as organizações e instituições estão inseridas. O capital intelectual não só é emanado por indivíduos, mas também influenciado por contextos onde estes indivíduos estão inseridos. O Brasil vive um momento de inflexão caracterizado por graves disfuncionalidades institucionais. Reconhecer e corrigir estas disfuncionalidades significa também acumular e gerar um conhecimento e um ativo do capital intelectual que é basilar à própria sustentabilidade do estado democrático de direito. E este conhecimento precisa ser convertido em aprendizado, pois este aprendizado em si mesmo é um dos ativos mais preciosos do próprio capital intelectual da nação.  Aqui estamos falando não só da competitividade econômica e tecnológica do país, mas de riscos de instabilidade social.




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